Resumão da semana | Por Júnior Montan
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Resumão da semana | Por Júnior Montan

Resumão da semana | Por Júnior Montan
  1. O dólar à vista abriu com uma ligeira queda frente ao real nesta sexta-feira (2), devido a um movimento de realização de lucros e queda nos rendimentos dos Treasuries americanos. Porém, o movimento virou para uma alta acentuada por volta das 9h35 (horário de Brasília), com a cotação chegando a R$ 5,80 na máxima, após a divulgação dos dados de emprego dos Estados Unidos, que fomentaram temores de enfraquecimento da maior economia do mundo. Segundo o payroll, os Estados Unidos criaram 114 mil vagas de trabalho fora do setor agrícola no mês de julho, menos que o esperado pelos analistas. A estimativa, de acordo com o consenso LSEG, era de criação de 175 mil vagas no mês. A taxa de desemprego ficou em 4,3%, acima dos 4,1% do mês anterior. O esperado pelos analistas era estabilidade em 4,1%. O temor logo se tornou otimismo com a possibilidade de aceleração dos cortes de juros pelo Federal Reserve. A curva de juros norte-americana passou a precificar de forma majoritária um corte de 50 pontos-base nas taxas dos fed funds em setembro — e não de 25 pontos-base, como o mercado vinha esperando. Com isso, houve recuo firme nos rendimentos dos Treasuries nos EUA, que refletiu na curva de juros no Brasil e na precificação do dólar no exterior. O índice dólar (DXY), que mede a moeda frente outras seis divisas, despencou 1,13% nesta sexta-feira, para 103,23 pontos. Profissionais do mercado avaliam que, mesmo com o alívio trazido pelo exterior nesta sexta-feira, outros fatores continuam a dar sustentação a moeda norte-americana frente ao real, como preocupações em torno do equilíbrio fiscal do governo. (Infomoney, 2 de agosto de 2024)
  2. O comunicado da reunião de anteontem do Comitê de Política Monetária (Copom), que manteve a taxa Selic em 10,5%, gerou avaliações distintas no mercado financeiro. Enquanto parte dos agentes avaliou o tom da comunicação como mais austera (hawkish, no jargão do mercado) do que o anterior, alguns analistas aguardavam um posicionamento mais duro por parte do comitê, dada a deterioração das expectativas de inflação nos últimos meses e a pressão sobre o câmbio. Ainda assim, o cenário não alterou a mediana das expectativas para o nível da Selic em 2024 (10,5%) e 2025 (9,5%). A maioria das casas (24 de 41 instituições consultadas pelo Projeções Broadcast, ou 58,5%) vê o juro inalterado até dezembro deste ano e retomada do afrouxamento monetário em algum momento de 2025. Embora ainda não esteja no cenário-base da maioria das casas, uma possível alta nos juros ainda neste ano está no radar de parte dos analistas. (Estado de São Paulo, 2 de agosto de 2024)
  3. Depois da criação de 139.341 vagas em maio, o mercado de trabalho formal registrou um saldo positivo de 201.705 postos com carteira assinada em junho, segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho. O resultado positivo de junho resultou de 2.071.649 admissões e 1.869.944 demissões registradas no período. Foi o melhor resultado para o mês desde junho de 2022, considerando a série histórica do Novo Caged, iniciada em 2020 (sem ajustes). Em junho de 2023, houve criação de 155.695 vagas com carteira assinada, na série ajustada. O mercado financeiro projetava um avanço no nível de emprego em junho, mas o resultado veio acima das estimativas de analistas consultados pelo Projeções Broadcast. A mediana apontava para a abertura de 165 mil postos de trabalho, e o intervalo das estimativas, todas positivas, variavam de 110 mil a 215 mil vagas. A abertura líquida de 201.705 vagas de trabalho com carteira assinada em junho foi novamente puxada pelo setor de serviços, que registrou saldo de 87.708 novos postos formais no mês, seguido pelo comércio, que abriu 33.142 vagas. (Estado de São Paulo, 1 de agosto de 2024)
  4. A contenção de despesas discricionárias dos ministérios para cumprir as regras fiscais neste ano chegará a quase R$ 50 bilhões na prática, em vez dos R$ 15 bilhões detalhados na terça-feira (30) pelo governo. Isso porque, além de bloquear e contingenciar recursos, a equipe econômica incluiu no decreto de programação orçamentária e financeira uma regra que impede que a verba que restou disponível para os órgãos seja gasta toda de uma vez. O objetivo é garantir que haja recursos disponíveis para novos congelamentos de gastos, se os riscos pelos lados das receitas e despesas se confirmarem. Após a contenção de R$ 15 bilhões, os ministérios ainda têm cerca de R$ 50 bilhões em despesas discricionárias para empenhar (reservar para pagamento). Porém, as pastas só poderão empenhar até setembro 35% desse saldo, ou seja, só poderão gastar cerca de R$ 17,5 bilhões. Com isso, cerca de R$ 33 bilhões só poderão ser gastos depois, caso não haja necessidade de novos bloqueios e contingenciamentos. Esses recursos indisponíveis se somam aos R$ 15 bilhões já retidos pelo governo, levando o valor a R$ 48 bilhões. Esse faseamento criado pela equipe econômica é inédito. A ideia, segundo apurou o Valor, foi ter uma “gordura”, já que na última semana houve uma corrida por parte dos ministérios para empenhar cerca de R$ 8 bilhões, de modo a fugir da contenção de R$ 15 bilhões. (Valor Econômico, 2 de agosto de 2024)
  5. O assassinato do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, no Irã, elevou significativamente as tensões no Oriente Médio, aumentando o risco de uma guerra regional. Com isso, os Estados Unidos vão reforçar suas capacidades defensivas no Oriente Médio em meio a ameaças do Irã e aliados a Israel, afirmou o Pentágono nesta sexta-feira. Segundo oficiais ouvidos pelo The New York Times, serão enviadas mais aeronaves de combate à região para proteger tropas e aliados dos EUA. Nesta sexta-feira, a secretária adjunta de imprensa do Pentágono, Sabrina Singh, afirmou que o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, vai comandar múltiplas ações “para reforçar a proteção das forças americanas em toda a região, proporcionar um maior apoio à defesa de Israel e garantir que os Estados Unidos estejam preparados para responder a esta crise”. Ao longo da semana, o Irã e seus aliados regionais prometeram adotar represálias pelos assassinatos dos líderes do Hezbollah e do Hamas, alimentando os temores de um conflito mais amplo na região. (Estado de São Paulo, 2 de agosto de 2024)
  6. A Bolsa de Valores registrou essa semana uma queda de 1,28% fechando aos 125.854 pontos. Já o dólar fechou em alta de 1,41% cotado a R$ 5,73/usd. No ano, a bolsa brasileira cai 6,3% e o dólar sobe 18,7%. Nos EUA, o S&P sobe 11,8% e o Nasdaq sobe 11,1% no ano. (Fonte: Bloomberg & Viland Capital)

Júnior Montan é assessor de investimentos da InvestSmart-XP; graduado em Economia pela Uni Dom Bosco – Paraná.

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