Como as empresas mostram-se mais efetivas que o Estado na justiça social
“Os níveis de desigualdade social, que já eram altos, pioraram;… Não adianta mais crescer se o crescimento não for inclusivo e sustentável ao mesmo tempo – é uma questão de “e”, e não de “ou”.”

O texto acima não foi retirado de uma publicação de alguma ONG, alguma organização social ou mesmo de algum partido de esquerda. O texto acima foi retirado de uma publicação da McKinsey & Company, empresa mundial de consultoria empresaria.
Aproveitando para colocar a leitura em dia nos feriados do final do ano, me deparei com dois textos que trazem uma grande reflexão. O primeiro deles, de Luidi Zingales reproduzido pelo jornal Valor Econômico (link abaixo) e o segundo do qual retirei o texto acima.
A pergunta é: quem está cuidando do povo?
As práticas sociais do estado estão falidas. Não há saúde, não há educação e não há segurança, tudo aquilo que o estado deveria fornecer. Menos em países ricos, mais em países pobres, raras exceções. Este papel aos poucos está caindo no colo das empresas talvez, não a pedido, mas as mais diversas e necessidades.
Nem sempre foi assim. Entre as décadas de 70 e 80, empresas e colaboradores eram figuras que ocupavam lados opostos do tabuleiro. Horas extras ignoradas, lideranças mal preparadas (que ocupavam figura de capataz), movimentos sociais violentos separavam as bandeiras.
O que mudou? Primeiro, o desgaste natural de anos de conflito. Em algum momento você se pergunta o porquê de estar brigando e nenhuma resposta parece ser a certa. De seu lado, as empresas começam a perceber o quanto perdem financeiramente em conflitos sociais. Projetos sociais não são tão caros assim e o impacto na sociedade acaba por aumentar o tamanho do mercado e do potencial de lucro. Antes, programas restritos a funcionários, vão ganhando as ruas e mudando as realidades locais.
Então temos Itaú investindo 229 milhões em educação (fora outras áreas sociais), Volkswagen investindo 5,6 milhões em projetos sociais no Paraná. O montante estimado é de 4 bilhões. E com isso entramos no texto de Zingales: não há necessidade de Estado ou Capital prevalecer, mesmo porque as agendas não são concorrentes. Este conceito arcaico deve ser substituído pelo conceito de regras pró-competitividade, e quando falo isso, não me refiro apenas a capital: regras que permitam o bem-estar pessoal, refletindo diretamente na qualidade e na disponibilidade para o trabalho.
Quem me conhece sabe que desprezo títulos como direita e esquerda. Pois então que fique a proposta de termos empresas sociais e estado competitivo, para que essa sinergia leve diretamente ao bem-estar do todo.
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