Coluna do economista leopoldinense Júnior Montan
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Corte de juros nos EUA e alta da Selic no Brasil: como as decisões de 18/09/2024 moldam o mercado, o dólar e a economia global?

No dia 18 de setembro de 2024, o cenário econômico global foi impactado por decisões cruciais dos principais bancos centrais. Nos Estados Unidos, o Federal Reserve reduziu a taxa de juros em 0,50 pontos percentuais, levando-a para a faixa de 4,75% a 5%. Essa decisão reflete a preocupação com o crescimento econômico e a necessidade de estimular o consumo, após anos de aperto monetário. Ao reduzir os juros, o Fed busca facilitar o crédito, estimular o consumo e investimentos, incentivando o crescimento econômico. Essa medida, no entanto, pode aumentar o risco inflacionário, caso o controle de preços não acompanhe o estímulo à demanda.

No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) seguiu na direção oposta, aumentando a Selic em 0,25 pontos percentuais, alcançando 10,75%. A elevação dos juros no Brasil ocorreem resposta a uma persistente pressão inflacionária, agravada pelo cenário fiscal incerto. O objetivo do Banco Central brasileiro é controlar o avanço dos preços, especialmente em setores sensíveis a juros mais baixos, como consumo e serviços. Com essa política, busca-se desaquecer a economia, reduzindo a demanda e, consequentemente, controlando a inflação.

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Essas decisões divergentes entre Brasil e Estados Unidos impactaram diretamente o mercado financeiro global. O aumento do diferencial de juros entre os dois países fez com que o real se valorizasse em relação ao dólar. Isso ocorre porque o retorno maior oferecido por títulos brasileiros atrai investidores estrangeiros, que migram seus capitais para ativos com maior rentabilidade. Esse fluxo de capital para o Brasil pressiona para baixo a cotação do dólar, que tende a se desvalorizar frente ao real.

No mundo dos investimentos, o cenário resultante dessas decisões cria oportunidades e desafios. No Brasil, a elevação da Selic torna a renda fixa mais atrativa. Títulos públicos como o Tesouro Direto e outros ativos ligados à inflação ganham espaço, pois oferecem retornos mais altos, especialmente em comparação a investimentos de risco, como ações. Por outro lado, nos Estados Unidos, a queda dos juros reforça o apetite por ativos de risco, como ações e commodities, além de favorecer o crédito mais barato para empresas e consumidores.

Isso pode impulsionar o crescimento de setores ligados ao consumo e à tecnologia. A nível global, o corte de juros nos EUA também tende a enfraquecer o dólar, enquanto moedas de países emergentes, como o real, podem se valorizar. Contudo, esse movimento de desvalorização do dólar tem impacto duplo: se por um lado beneficia exportadores americanos e melhora a competitividade externa do país, por outro, aumenta a pressão inflacionária interna ao encarecer as importações. Além disso, a queda do dólar pode elevar o preço de commodities globais, como petróleo e metais, afetando diretamente a inflação em diversas economias que dependem desses insumos.

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Essas decisões refletem o estado atual das economias globais. Enquanto os EUA se concentram em reaquecer sua economia sem comprometer o controle de preços, o Brasil lida com desafios fiscais e tenta conter a inflação em um ambiente de alta taxa de juros. Em termos globais, os investidores estão atentos às oportunidades geradas por essas políticas, ajustando suas carteiras para aproveitar o diferencial de juros e a possível volatilidade nos mercados de câmbio e commodities.

Júnior Montan é assessor de investimentos da InvestSmart-XP; graduado em Economia pela Uni Dom Bosco – Paraná.


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