Por Júnior Montan
Os últimos dias foram marcados por importantes eventos econômicos tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil. Nos EUA, os juros futuros apresentaram leve alta após a divulgação dos dados de emprego, que mostraram uma desaceleração no mercado de trabalho. O Departamento do Trabalho informou que foram criados 142 mil empregos em agosto, abaixo das previsões de 161 mil, enquanto a taxa de desemprego caiu para 4,2%. Revisões nos números anteriores também geraram um ambiente de aversão ao risco. Apesar da queda nos juros dos Treasuries e uma possível redução nos cortes de juros esperados pelo Federal Reserve, a probabilidade de um corte de 0,5 ponto caiu de 40% para 31%.
No Brasil, a economia demonstrou resiliência com um crescimento de 1,4% no PIB no segundo trimestre, superando as expectativas e levando a revisões positivas nas projeções anuais. No entanto, essa expansão econômica pode pressionar o Banco Central a ajustar a taxa de juros para controlar a inflação. A economia brasileira é impulsionada por estímulos fiscais, como aumento real do salário mínimo e pagamento de precatórios, além de uma taxa de desemprego em queda.
No setor energético, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) revisou a bandeira tarifária de setembro para vermelho 1, reduzindo o custo adicional da conta de luz. A mudança ocorreu após correções nos dados do Programa Mensal de Operação, que indicaram uma necessidade de fiscalização adicional sobre o processo.
Por outro lado, o governo brasileiro está implementando mudanças controversas em seus programas de assistência. O novo “Gás para Todos”, uma reestruturação do Auxílio Gás, aumentou os gastos anunciados, mas reduziu a projeção de despesas no orçamento, levantando suspeitas de manobras contábeis para contornar limites fiscais.
No cenário político, a disputa pela presidência da Câmara está acirrada, com novas frentes se formando e possíveis alinhamentos com o governo, o que pode influenciar a composição das próximas votações.
Finalmente, a Bolsa de Valores brasileira sofreu uma queda de 1,05% nesta semana, enquanto o dólar teve uma leve queda de 0,17%. No acumulado do ano, a bolsa registra um pequeno aumento de 0,3%, em contraste com a alta de 15,2% no dólar. Nos EUA, os índices S&P e Nasdaq avançaram significativamente, refletindo uma tendência de crescimento global.
Esses eventos mostram um cenário econômico global e nacional dinâmico, com ajustes e reações a mudanças nas políticas e indicadores econômicos que moldam o futuro das economias em questão.
Júnior Montan é assessor de investimentos da InvestSmart-XP; graduado em Economia pela Uni Dom Bosco – Paraná.












