Entre 19 de julho e 23 de agosto de 2024, diversos eventos econômicos e financeiros marcaram a semana. Nos Estados Unidos, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, sinalizou um possível corte de juros para setembro, o que impulsionou os mercados acionários globalmente e provocou uma queda nos rendimentos dos Treasuries e no valor do dólar. No Brasil, o Ibovespa reagiu positivamente, com alta de 1,24% na semana e 6,23% no mês, beneficiado pelo cenário de flexibilização monetária nos EUA.
No âmbito doméstico, a reforma tributária ganhou destaque com a Câmara elevando a alíquota do novo Imposto sobre Valor Agregado (IVA) para 28%, a maior do mundo. A alteração foi impulsionada por demandas do setor agropecuário e incluiu isenções para carnes e outros produtos alimentícios, o que provocou um aumento significativo na carga tributária.
Outro ponto relevante foi o crescimento do mercado de debêntures incentivadas, que atingiu R$ 83,6 bilhões até julho de 2024, um aumento expressivo em relação ao ano anterior. Esses papéis, que oferecem isenção de Imposto de Renda, são predominantemente emitidos pelos setores de energia elétrica e transporte.
No Brasil, o Banco Central esteve em foco com as declarações de Gabriel Galípolo, que descartou a ideia de que o BC estivesse em uma situação difícil, afirmando que aumentos na Selic poderiam ocorrer se necessário para controlar a inflação. A expectativa é de que a sabatina para o novo presidente do BC, com Galípolo como favorito, ocorra na primeira semana de setembro, antes da reunião do Comitê de Política Monetária.
Finalmente, a Bolsa Brasileira registrou alta de 1,23% na semana, enquanto o dólar subiu 0,27%, refletindo uma valorização acumulada de 12,9% no ano. Em contraste, os índices S&P 500 e Nasdaq nos EUA tiveram aumentos substanciais de 17,8% e 18,4%, respectivamente.
Júnior Montan é assessor de investimentos da InvestSmart-XP; graduado em Economia pela Uni Dom Bosco – Paraná.










