Pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz realizam oficinas relacionadas às Ciências em Leopoldina
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Pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz realizam oficinas relacionadas às Ciências em Leopoldina

Pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz realizam oficinas relacionadas às Ciências em Leopoldina

Bruna Navarone e Helder Carvalho, doutorandos do Programa de Pós-Graduação Ensino em Biociências e Saúde, do Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, estiveram em Leopoldina na última semana para o desenvolvimento das atividades. Confira a matéria.

Doutorandos do Programa de Pós-Graduação Ensino em Biociências e Saúde, do Instituto Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, estiveram em Leopoldina na última semana para o desenvolvimento de oficinas relacionadas às ciências, realizadas no Colégio Imaculada Conceição (CIC) e no Centro Cultural Mauro de Almeida Pereira, voltadas para professores, estudantes e pesquisadores.

A presença dos pesquisadores acontece por ocasião do VI Entre Aspas – História em quadrinhos e interdisciplinaridade: Desafios Metodológicos, encontro promovido a cada dois anos pela Associação de Pesquisadores em Arte Sequencial (ASPAS).

Bruna Navarone Santos e Helder Silva Carvalho, ao lado da diretora do CIC, Conceição Zambrano, conversaram com a Reportagem do Jornal O Vigilante Online sobre o trabalho, iniciado na quinta-feira, 1º de junho, e concluído no sábado, dia 3.

A pesquisadora do Laboratório de Inovações em Terapias, Ensino e Bioprodutos do Instituto Oswaldo Cruz, Bruna Navarone Santos, realizou oficinas que falam sobre cultura pop japonesa, especificamente o “Mangá”, que são histórias em quadrinhos japonesas e filmes de animação japonesa e animês.

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“Nosso propósito é trazer essa linguagem científica de forma mais acessível aos jovens. No meu caso, com foco nessa cultura pop japonesa tanto para professores mostrando como possibilidade de ensino em sala de aula, como também para os alunos, de forma que eles se tornem engajados em temáticas tão importantes como saúde pública, responsabilidade no uso de tecnologias científicas no ambiente, por exemplo. Então eu tenho trazido esses materiais com esse foco, mais interdisciplinar e para atender esses dois públicos, tanto professores quanto estudantes”, esclareceu Bruna.

Helder Carvalho informou que o grupo de pesquisa na Fiocruz trabalha com eixos temáticos, mencionando o Animê e o Mangá, “expertise de Bruna”, destacou o pesquisador, que acrescentou: “A gente tem um eixo que trabalha também com cultura pop e ficção científica, eu por exemplo, neste contexto. Aqui na escola nós utilizamos recursos de cultura pop, falando de Harry Poter, como se fosse algo encantado e mágico para poder falar de botânica, de química. Sempre temos o viés de algum eixo temático pra chegar no ensino da ciência, então, seja um Mangá, ficção científica ou cultura pop para o jovem isso engaja muito. E jovem este que precisa ser alfabetizado cientificamente, entender a importância de vacina, de medicamentos, do sistema de saúde. Assim, utilizamos estas ferramentas para poder atingir, seduzir e gerar esse engajamento”, afirmou Helder.

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Os trabalhos dos doutorandos alcança público alvo desde o ensino fundamental e passam pelo ensino médio. “Eu também trabalhei por mais de dez anos com graduação, então às vezes a gente acha que o adulto ou que o jovem adulto não possa ser objeto de estudos com estes eixos e a experiência na graduação é de que até os jovens e os adultos se beneficiam”, comentou Helder.

“Nós usamos muitas ferramentas de analogia. Tem sempre que pensar no processo como aquele estudante vai aprender, e estudantes a gente tem de todas as idades. Então, um filme, Harry Porter, um adulto pode não ter assistido, mas ele sabe o que é caldeirão, os ingredientes que podem ir no caldeirão, a poção mágica, então nós pegamos estes elementos que são imaginários e os sobrepomos com a ciência”, relatou o doutorando, que é natural de Taubaté e reside no Rio de Janeiro.

O Doutorado de Helder fala especificamente da junção de arte com ciência, e existe um termo americano para isso (Art Science). “No Brasil a gente grafa “Cienciarte”, como propulsor de inovação. Então acreditamos muito que se juntar ciência com arte você consegue inovar. É inovação quando a gente leva estudantes para fabricar perfumes e os estudantes saem falando de moléculas, é uma coisa que não se espera. É inovador quando a gente aproxima duas áreas que são historicamente distanciadas. Dá pra juntar. Então a minha tese fala dessa união como forma de inovar no ensino de ciências”, justificou.

A tese de Bruna fala sobre concepções de ciência em dois programas de iniciação de ciência para alunos de ensino médio, no Brasil e no Japão. “No Brasil se chama Programa de Vocação Científica, da Fundação Oswaldo Cruz, que abreviando chamamos de PROVOC FIOCRUZ, e o do Japão se chama SAKURA SCIENCE. Esse meu tema diz respeito à minha intenção de investigar quais são as concepções de ciência que estão envolvidas nas práticas dos dois programas, pensando nesta perspectiva de ciência tendo esta influência das diferentes culturas, tanto que a oficina que eu trouxe para Leopoldina fala sobre essa diferença de concepções de ciência”, detalhou a doutoranda, natural do Rio de Janeiro e moradora de Nova Iguaçu.

Segundo Bruna Navarone, “na cultura ocidental nós tratamos a natureza como objeto de estudo de uma forma distanciada do indivíduo, enquanto a ciência japonesa se vê nessa relação sujeito e objeto de forma mais empática, pertencendo à natureza, no caso o ser humano. Então eu quero identificar estes sentidos nos dois programas de iniciação científica, tanto no Brasil como também no Japão”, argumentou, destacando que em novembro deste ano ela irá para o Japão, para conseguir realizar parte da sua pesquisa sobre esse tema naquele país, na Universidade de Tsukuba, graças à Bolsa Caps do governo, que lhe proporcionou esse financiamento.

Durante sua permanência em Leopoldina, os pesquisadores realizaram Oficina de perfumes e palestra também com a prática sobre aromas bíblicos, Oficina sobre Mangá enquanto recurso didático para o ensino e Palestra conectando botânica com religiosidade, estudando a ciência das planetas usando as escrituras sagradas.

Sobre Leopoldina

Bruna Navarone se sentiu muito acolhida em Leopoldina: “Pessoas muito afáveis, receptivas, calorosas, e isso tudo nos dá energia para continuar a realizar esse trabalho tão precioso.” Helder contou que estava encantado pela cidade e pelas pessoas que estão aqui. “Só tenho coisas boas para falar de Leopoldina.”

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A diretora do Colégio Imaculada Conceição, a Psicóloga Conceição Zambrano comentou que esta é a segunda vez que o CIC recebe os pesquisadores da Fiocruz. “Nós precisamos nos abrir para estas oportunidades, além do conhecimento da ciência, também esse contato com uma realidade muito necessária aos nossos jovens, à nossa cidade e às nossas crianças. Quando eles estão aqui sempre acrescentam muito de experiência, de conhecimento e sobretudo uma partilha muito grande do trabalho que eles realizam em uma Instituição tão séria, tão comprometida. E dois jovens com tanta capacidade, tanta dedicação e tanta competência no que fazem”, avaliou Conceição.

Jornal O Vigilante Online



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