Dos primeiros choros ao último suspiro | Por Luiza Helena Morais Barbosa
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Dos primeiros choros ao último suspiro | Por Luiza Helena Morais Barbosa

Texto publicado em 25/11/22

Nesta data, um sentimento carregado de tristeza, recordações, carinho e agradecimento perpassa minha imaginação, no momento em que busco palavras adequadas para expressar a emoção que me invade ao escrever sobre uma estrela que se apaga na imensidão do universo.

Espero que ao falar sobre a vivência de um ser humano especial e o modo de sua enunciação, desenhar uma reflexão que desdenhe a razão objetiva e autoritária em favor de um novo modo de olhar a vida, de alguém com muita sensibilidade.

O tom, provavelmente convincente dessa afirmação convida ao entendimento da vida humana como um alicerce bem alicerçado. Sendo abstrato, e ao mesmo tempo, atemporal, cujo intervalo entre “o primeiro choro e o último suspiro” nos permite pensar numa existência humana, conduzida pela compreensão do tempo como um intervalo entre duas condições de vida, e não mais como uma continuidade cronológica pelos conhecimentos conceituais objetivos e racionais.

Parafraseando Guimarães Rosa, para o entendimento de que todo homem ressuscita ao primeiro dia é apreender também que existe uma morte diária, compromisso de uma redenção e de uma sobrevivência reparadoras, a partir das quais o homem, voltando em um patamar mais primitivo e original, possa ter restituídas as condições e forças que associam sua condição humana – agora com cicatrizes doloridas da morte simbólica que reintegra. A morte, nesse sentido é uma estação crucial. “É um obscuro finar-se, continuando, um trespassamento que não põe termo natural à existência, mas em que a gente se sente campo de operação profunda e desmanchadora, de íntima transmutação precedida de certa parada”. (Rosa, 1994, p. 867).

Como disse Eurípides, um dramaturgo grego: “Não me surpreenderia, com efeito, fosse verdade. ‘Quem sabe a vida é uma morte e a morte uma vida?’”

Fato inexplicável, que consegue igualar a todos os seres em um só rebanho, porque tudo que tem vida hoje, amanhã é morte. É bom pensar que nos planos do firmamento imortal está a vida celestial.

Me atrevo, nestas linhas, repassar um pouco das qualidades do cunhado, que foi o responsável pelas coordenadas dadas a um de seus irmãos sobre a flecha de um cupido, cuja arma foi certeira para a realização de um casamento feliz. A união entre Antonio Carlos e Eu.

Médico renomado, palestrante, intelectual incomensurável, qualidades que se atrelaram a uma religiosidade de intensa grandeza. Ubaense, orgulhoso de sua terra natal, de sabedoria inata. Vivenciou alguns princípios observados por todos que com ele conviveram por toda sua vida, como a honestidade, a caridade, a sinceridade, a disciplina, a autenticidade, a solidariedade, a humildade, o amor de verdade e a Certeza da Fé.

O seu modo de olhar a vida, no entendimento de que o homem ressuscita no primeiro dia, após a experiência dos primeiros choros das milhares de crianças que vieram ao mundo através de suas mãos e sua sensibilidade perpassam os limites da razão humana.

Dr. Ronald Alvim Barbosa, você deixou uma cadeira vazia em todos os corações dos ubaenses, leopoldinenses, amigos e parentes. Desejo que, no assento dessas cadeiras, se solidifiquem seus ensinamentos sobre os verdadeiros valores da vida.

Luiza Helena Morais Barbosa
Pedagoga/Mestre em Letras e Lit. Brasileira

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