Realizado com alunos do Ensino Fundamental do Colégio Imaculada Conceição, o evento marcou a culminância do projeto escolar de História e Português desenvolvido pelas professoras Virgínia Cabral e Rosimara Freitas.




Na última quarta-feira, dia 23 de novembro, o Colégio Imaculada Conceição em Leopoldina realizou em sua sede, à Praça Dom Helvécio, o seu Festival de Música Popular Brasileira com a apresentação de sucessos nacionais que se destacaram a partir do final dos anos de 1950.
O evento contou a trajetória da MPB através dos vários movimentos que surgiram no país até os dias atuais.
O festival é a culminância de um projeto interdisciplinar de História e Português desenvolvido pelas professoras Virgínia Cabral (História) e Rosimara Freitas (Língua Portuguesa) junto aos alunos do Ensino Fundamental daquela instituição de ensino.
Diante de uma plateia com mais de duzentas pessoas, dentre familiares, amigos e colaboradores do Colégio Imaculada Conceição, dez grupos de alunos do CIC subiram ao palco para interpretar canções de sucesso posteriores à década de 1950, divisora de águas na música brasileira a partir do surgimento da Bossa-Nova.
As alunas Alice e Gabriela Antinarelli iniciaram as apresentações com a música “Garota de Ipanema”, de Tom Jobim e Vinícius de Moraes, considerada a segunda canção mais executada da história, atrás de “Yesterday”, dos Beatles.

Interpretada por Antonella, Lucas Cassani, Maria Clara Carvalho e Nicolle, a canção “Pra não dizer que não falei das flores”, de Geraldo Vandré e Theo de Barros. Apesar de sua melodia amena, esta música rompeu a simplicidade das letras da Bossa-Nova. Esse novo tipo de música surgiu no Brasil como resposta à censura e ao silêncio impostos pela Ditadura Militar no país através do Golpe Militar de 1964.

Os alunos Arthur, Heitor, Marina, Rafaela, Maria Clara Resende, Maria Fernanda e Tomás se apresentaram com a música “Alegria, alegria”, de Caetano Veloso, retratando a fase musical do país denominada Tropicália, movimento que fez mais barulho do que os bossa-novistas, adotando a guitarra elétrica como um dos carros-chefes dos músicos entre 1968 e 1969, ainda no contexto da Ditadura.

Isabela, Paola, Davi Couto, Antônio e Maria Giulia embarcaram na viagem musical do projeto MPB do CIC, que chega à Minas Gerais através da canção “Paisagem da Janela”, de Lô Borges e Fernando Brant, realçando o movimento conhecido como “Clube da Esquina”.

“Será”, escrita por Renato Russo em 1979 foi interpretada no Festival por Cauã, Luis Alberto, Felipe Gomes, Sávio e Gabriel Carneiro, relembrando as décadas finais do século XX, em especial os anos 1980, quando o rock dos anos 60 e 70 recebeu um ar de brasilidade na procura de alternativas à MPB, com discurso das músicas indicando fatos ligados aos anos de ditadura civil-militar à transição democrática, caracterizando uma nova geração de jovens brasileiros.

O grupo de alunos formado por Mickaela, Helena, Thaís, João Roberto e Pedro Henrique apresentou o sucesso do grupo Revelação, “Deixa acontecer”. Entre as décadas de 1970 e 1980 o Pagode remonta às festas dos escravos na senzala. Dos batuques africanos nasceram as tradicionais rodas de samba e delas uma derivação do samba, com andamentos mais ligeiros e agressivos e um ritmo mais festivo, espontaneamente batizado como Pagode.

Théo, Bernardo, Lucas Arleo, Gabriel, Felippe e Rafael animaram a plateia com o “Rap da felicidade”, de Cidinho e Doca. O número musical fez referência ao novo gênero que chegou ao Brasil nos anos 80, surgido nos Estados Unidos nos anos 60.

O sucesso “Passarinhos”, de Emicida, foi apresentado pelos alunos do Ensino Fundamental, Ana Laura Vargas, Ana Laura Barros, Helena, Sophia e Luis Alexandre, revelando a trajetória da música no Brasil, no fim dos anos 90, inserindo no cenário brasileiro a modernidade do rap, ritmo com ancestralidade negra bastante presente, com origem na Jamaica na década de 1960 durante as festas do gueto.

Destacada na apresentação dos alunos Giovana, Mariana, Heitor, Renan e João Gabriel com a “Música de Rua”, de Daniela Mercury, a chamada axé-music, hoje simplesmente axé, nasce de uma mistura de ritmos tocados nos trios elétricos dos carnavais baianos, fundindo tambores africanos e percussão latina ao reggae e às guitarras elétricas. O estilo surgiu a partir do final da década de 1980 e na década de 90.

Luiz Felipe, André, Davi Zaquini, Gabriel de Lima, Luiz Antônio e Matheus apresentaram a música “5 Regras”, de Jorge & Mateus. O surgimento desse gênero musical, o sertanejo universitário, marcou o início do século XXI e é considerado a terceira modalidade do gênero sertanejo após a música caipira precursora, o sertanejo original e o sertanejo romântico, relacionando-se à música caipira do Sudeste brasileiro, largamente difundido a partir dos anos 1930, quando ocorre intensa migração dos homens do campo para as grandes cidades dessa região, como São Paulo.


O evento foi encerrado com todos os participantes do Projeto Música Popular Brasileira interpretando a música “A Paz”, do conjunto Roupa Nova.

O projeto desenvolvido pelas professoras Virgínia Cabral, de História, e Rosimara Freitas, de Português, teve o apoio da diretora do CIC, Conceição Aparecida Zambrano Brito de Oliveira, da Vice-Diretora Andreia Silveira, da Coordenadora Maria Cecília Quaresma e contou com os trabalhos técnicos de Paulo Oliveira (Paulão) no Festival de Música Brasileira.



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