Por Rhanna Pimentel*
Com certeza nestas últimas semanas você ouviu falar na série Round 6, ouviu o termo “batatinha frita 1, 2, 3”, e conheceu esta boneca super estranha! Só que antes de continuar o texto, eu preciso confessar pra vocês que por dois motivos talvez eu não seja neutra e capacitada o suficiente pra falar desse assunto: primeiro porque odeio filmes de suspense e terror e segundo porque eu vi o trailer, ouvi falar e li bastante sobre o assunto, mas não assisti a série.
No entanto, eu não estou conseguindo ficar quieta, enquanto percebo a quantidade de crianças e adolescentes consumindo este conteúdo (que eu, particularmente, considero bastante impróprio e tóxico). Na história, um grupo de pessoas que precisam de dinheiro, decidem participar de um jogo, aparentemente simples, por se tratarem de brincadeiras infantis (como “cabo-de-guerra”, uma mistura de “estátua” com “pega-pega”, bolinha de gude), porém, na verdade, trata-se um jogo de sobrevivência, onde a pessoa ganha ou morre.
Num primeiro olhar, a cena lembra animes, e embora tenha A classificação indicativa de 16 anos, vêm sendo acompanhada por crianças e adolescentes. Ela aborda temas como assassinato, suicídio, tortura e tráfico de órgãos. Expor a criança/adolescente a conteúdos inadequados para a idade pode atrapalhar de diversas formas o seu desenvolvimento. As cenas da série, por exemplo, podem disparar gatilhos emocionais para pensamentos e comportamentos “de risco”.
Na verdade, eu tô é aproveitando o exemplo desta série que viralizou, para tocar num assunto que há algum tempo vêm causando incômodo no dia a dia da clínica com crianças: a NECESSIDADE dos pais terem ao menos uma noção do conteúdo dos filmes, séries, desenhos e jogos que seus filhos estão acessando, conversarem com eles a respeito (lembrando que diálogo é uma via de mão dupla) e, quando necessário, saberem impor limites!
*Psicoterapia Presencial e Online | Orientação de Pais
☎ 032 99949-6775