A imagem corporal pode ser compreendida como a “figuração de nosso corpo formada em nossa mente”, caracterizada por aspectos fisiológicos, sociológicos e libidinais. As definições atuais de Imagem Corporal a caracterizam não só como uma construção cognitiva, mas também como um reflexo dos desejos, emoções e da interação social.
Nos anos recentes, o desejo por um corpo perfeito tem sido observado em todas as idades. As preocupações com o peso, aparência e musculosidade podem ter início na infância, período compreendido entre o nascimento até os 12 anos de idade. Assim como em toda fase desenvolvimental, alterações psicológicas, sociológicas e fisiológicas específicas que acompanham esse período, devem ser consideradas, a fim de compreender adequadamente os indivíduos nessa etapa da vida.
Nos últimos anos, os fabricantes têm se concentrado em confeccionar produtos que enfatizam a musculosidade para os meninos, por exemplo, em bonecos e brinquedos. Para as meninas, podemos dar exemplos de bonecas que geralmente demonstram a magreza como aspecto essencial. Podemos perceber que a boneca Barbie tem sofrido decréscimo na silhueta no decorrer dos anos e infelizmente essas tendências têm um impacto negativo na imagem corporal das crianças.
Outro ponto importante que deve ser elucidado é em relação à obesidade, considerada um problema de saúde pública. Nesse sentido, crianças obesas podem apresentar dificuldade (ou problemas) no relacionamento social, e podem vivenciar experiências de exclusão em determinados grupos sociais e abrir portas para o isolamento social de natureza defensiva. Em comparação com crianças eutróficas, crianças obesas também são mais insatisfeitas com seus corpos. Por outro lado, as crianças subnutridas mesmo apresentando peso corporal abaixo do recomendado para a sua idade, ainda desejam reduzir o seu peso.
Dessa maneira, vale indagar/refletir: Se nessa etapa da vida as crianças, especialmente as meninas, já indicam internalização do ideal de magreza, como estará sua saúde mental na adolescência? Além da promoção da saúde desde a infância, os esforços dos profissionais de saúde devem ser adicionados às atividades de educação global para proteger e prevenir estímulos nocivos (fatores de risco).
Informações retiradas do Livro – Imagem corporal: reflexões, diretrizes e práticas de pesquisa. 1ed. Juiz de Fora: Editora UFJF, 2014, p.16-61.
Caso tenha interesse em sugerir algum tema para o próximo artigo, basta entrar em contato pelo Instagram: @Ferrnb. Obrigada.






