Há 115 anos, no dia 3 de junho de 1906, era fundado em Leopoldina o Ginásio Leopoldinense, atual Escola Estadual Professor Botelho Reis, cujo nome é uma homenagem ao Professor José Botelho Reis, que durante o período 1910 a 1925 foi o diretor da instituição.
O imponente edifício, considerado um dos mais belos de Minas Gerais, foi projetado em estilo neoclássico pelo engenheiro Ormeo Junqueira Botelho. Em 12 de março de 1996, tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA), passou a integrar a relação de bens culturais do estado de Minas Gerais.
O Ginásio tornou-se referência em todo o país desde sua fundação.
Na primeira metade do século XX sediou uma Escola Normal, uma Escola Agrícola com Ensino Técnico, Ensino Superior com a sua Escola de Farmácia e Odontologia e Escola do Comércio.
Ao comemorarmos mais um aniversário da Escola Estadual Professor Botelho Reis, o jornal O Vigilante Online publica artigo da Mestra em Língua Portuguesa e professora daquela tradicional escola, Terezila Barra Silva de Oliveira.
Ginásio Botelho Reis, 115 anos sob os olhares de Virgílio e S. José
Por Terezila Barra Silva de Oliveira*

Fazer parte de uma família com mais de mil membros é fácil, pois há muitos fatores que nos unem. Somos orgulhosos de carregarmos no peito um pensamento de Virgílio “Mens Agitat Molen”, e sermos recebidos, como que em casa, pela sua imponente construção.
Ainda posso falar que, sob nossa tarefa de educador, há o olhar de São José, o operário. Aquele S. José que, assim como nós, recolhe-se humilde diante da grandeza da missão. E como tantos outros milhares que vieram antes de nós, rendo-lhe graças pelos seus 115 anos.
Já dizia uma aluna que não são 115 dias que fazem a sua história. Sua história é maior, bem maior… Na verdade, sua trajetória é moldada por seus corredores onde correm muitas histórias. Diplomas daqueles que tinham poder aquisitivo para estudar em colégios particulares, mas viam em você a oportunidade de serem farmacêuticos, médicos e até presidentes.
Sua fama ia além de nossas fronteiras. Sua contribuição foi clara para que nossa cidade fosse chamada de Athenas da Zona da Mata. Histórias do João, do Luiz, do Antônio, meninos levados que não viam a hora de estarem uniformizados em seus corredores, enquanto os menores passavam para outras escolas diante da praça onde você foi erguido.
Histórias da filha da lavadeira, da cozinheira ou da mulher da fábrica, que viam em seus bancos a oportunidade de ascensão. Histórias dos nobres professores que se tornaram diretores, cada um com sua peculiaridade. Daqueles que passavam nos corredores e a plateia discente nem suspirava. Daqueles que uniam a religião ao seu saber, que inovaram, que ampliaram seu prédio, que iniciaram o ensino em tempo integral, daqueles que enfrentam uma pandemia a fim de que a educação de excelência continue.
Já diziam minhas professoras: a escola é para nós a segunda casa. A família. O lar.
Triste comemorar seu aniversário assim… de máscara, bem de longe, sem toda a família juntinha. Mas, esperançosa de que assim que esta pandemia passar, verei seus corredores, suas salas, laboratórios, cantina e tudo mais à nossa espera, a fim de nos encher com sua luz. Reafirmo: é muito fácil ser de uma família tão numerosa, que é iluminada pelo saber virgiliano de que a inteligência domina a matéria e também abençoada pelo Filho daquele carpinteiro que sempre nos acolhe.
Parabéns, escola amada! Em breve, em seus corredores, continuaremos a escrever nossa história.
*Terezila Barra Silva de Oliveira
Mestra em Língua Portuguesa
Professora da E. E. Professor Botelho Reis






