Depois de 43 dias internada na Casa de Caridade Leopoldinense, dos quais 37 dias na UTI Covid, a primeira paciente do hospital de Leopoldina a conseguir superar a doença após precisar ser intubada na unidade recebeu alta e foi para casa. Hoje, ao lado de seu marido e do filho, Regiane do Carmo Félix Vidal (foto), 34 anos, celebra a vida junto da família.
Em entrevista concedida ao Jornal O Vigilante Online, Regiane contou como foi difícil vencer a Covid-19 e falou da importância do apoio de sua família, dentre outros aspectos relacionados ao período em que esteve internada na Casa de Caridade, em Leopoldina.
Natural de Rio Pomba e residente na cidade de Mercês, onde trabalha na linha de frente do Hospital São Vicente de Paula, a Técnica de Enfermagem Regiane narrou que teve a confirmação de que estava com a doença no dia 30 de novembro, ficando 14 dias de quarentena.
Em janeiro Regiane teve uma gripe e depois de repetir o teste, este de novo deu positivo para Covid-19. Internada em Mercês no dia 11 de janeiro, sua transferência foi pedida via SUS Fácil, sendo encaminhada para a Casa de Caridade Leopoldinense no dia 14 de janeiro.
Regiane, que já estava em uso de oxigênio altíssimo, revela: “Meu estado era considerado gravíssimo pelos médicos que me atenderam.” Naquela mesma noite, conforme relembrou a Técnica de Enfermagem, ela foi intubada e teve paradas cardíacas, sendo reanimada pelos médicos.
Alguns dias depois da intubação, Regiane precisou se submeter a uma traqueostomia. “Foram 37 dias intubada na UTI aos cuidados dos excelentes médicos, técnicos de enfermagem, enfermeiros, fisioterapeutas e de todos da Casa de Caridade Leopoldinense”, esclareceu.
“Sem eles e sem minha família eu não conseguiria”, afirmou Regiane, informando que permaneceu por mais 3 dias na Clínica médica, até obter a alta hospitalar no dia 25 de fevereiro e reencontrar sua família.
Ao final da entrevista, via internet, Regiane fez um apelo: “Que as pessoas tenham mais fé em Deus, mais esperança, mais respeito uns pelos outros, mais amor ao próximo, que venceremos esta pandemia”, e agradeceu a todos os funcionários da Casa de Caridade Leopoldinense “pela educação, respeito por mim e toda minha família, que não se impôs em me ver dia sobre dia, seja com sol ou chuva; às pessoas de minha cidade que foram ai doar sangue em meu nome. Meu muito obrigado a todos os meus amigos que rezaram de alguma forma por mim”, finalizou.
O caso de Regiane também teve um grande significado para os profissionais de saúde da Casa de Caridade Leopoldinense que estiveram ao seu lado durante o período de sua internação.
O médico Dr. Cândido Ladeira (foto), titular de Terapia Intensiva, Responsável Técnico pelo CTI Covid e CTI Geral e Médico Rotina do CTI Geral da Casa de Caridade Leopoldinense, confirmou à Reportagem que a paciente foi extubada com sucesso. “Ela deu entrada na Casa de Caridade apresentando um quadro bastante grave e veio a piorar”, explicou o médico.
“A princípio ela foi para o CTI Covid e evoluiu para o CTI Geral. No dia 17 de fevereiro os médicos conseguiram retirar a traqueostomia, que foi fechada no dia 20. Dois dias depois ela foi para a enfermaria Covid e no dia 25 de fevereiro a paciente teve alta do hospital”, disse o Dr. Cândido, destacando também os esforços dos médicos Dra. Vanessa Bedim e Dr. Aurélio Pimentel, médicos que são Rotina do CTI Covid.
“Nós, médicos, com toda nossa luta, ficamos felizes quando conseguimos neste momento de crise e com tantas dificuldades ter um êxito como nesse caso”, enfatizou o Dr. Cândido Ladeira.
A recomendação
Ao final de suas declarações ao Jornal O Vigilante Online, o Dr. Cândido Ladeira reiterou que é preciso que todos tenham cuidado. “É muito importante o distanciamento, o uso de máscaras de proteção respiratória, o álcool em gel nas mãos, enfim, são muito importantes as medidas recomendadas pelas autoridades de saúde, além de aguardar a ampliação do número de pessoas vacinadas”, concluiu.
Nesta quinta-feira, 18 de março, o Brasil se aproxima à triste marca de 12 milhões de pessoas que já tiveram ou têm o novo coronavírus e mais de 280 mil pessoas que morreram devido à pandemia da Covid-19.






